Em agosto de 2016, a ACASC (Associação das Microcervejarias Artesanais de Santa Catarina) definia o que seria conhecido como Catharina Sour: uma cerveja de trigo ácida com alta carbonatação, médio teor alcoólico e adição de frutas tropicais.
Desde então muitas cervejas assim surgiram e foram alvo de polêmica pelo Brasil todo. Catharina Sour é ou não um estilo? Não seria uma variação de Berliner Weisse? Quem nasceu primeiro, Catharina Sour ou Flórida Weisse?
Quando Gordon Strong, presidente da BJCP (Beer Judge Certification Program) escreveu um artigo contando sobre sua experiência ao provar uma Catharina Sour e a importância de categorizá-la para futuras participações em concursos, comecei a enxergar a possibilidade de consolidar o estilo de fato.
Nesse artigo ele comentava sobre a Flórida Weisse como uma Fruit Beer (29A) com base na Berliner Weisse e a Catharina Sour como sendo uma Wild Specialty Beer (28C). Mas Specialty Beer é basicamente qualquer coisa que saia do padrão, certo? Ainda era pouca informação para algo que até então já estava homologado pela ACASC.
A salva de palmas veio em junho de 2018, quando numa revisão do BJCP a Catharina Sour entrou para o apêndice levando o código X4 do guia de estilos. O BJCP já conta com mais de 100 estilos catalogados e todo dia surgem novidades como a Catharina Sour, Flórida Weisse ou New Zealand Pilsner, fora estilos históricos resgatados como Gose ou Piwo Grodziskie!
Mas qual a importância disso para nós? Imagina só um profissional do ramo, seja ele um Cervejeiro, Sommelier ou Juiz se deparar com uma situação na qual nunca nem ouviu falar a respeito de tal cerveja e precisa lidar com ela?
É importante estarmos sempre atentos às inovações, pois o mercado de cervejas no Brasil ainda tem muito o que evoluir e o consumidor anda muito perdido. Com as fake news rodando soltas por todos os lados, cabe a nós orientarmos da melhor forma possível esse pessoal que ainda está perdido no meio de tanta opção que até então se resumia à famosa Pilsen de gôndola. Já dizia Confúcio: a essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído.
Cheers!