Harmonização com cervejas fortes

Decidi escrever este mês sobre cerveja forte, mas espera aí… Que diabos e cerveja forte? Eu nunca tomei um socão de uma, muito menos disputei uma queda de braço com uma garrafa. No máximo tomei um tiro no queixo tentando abrir a tampinha de uma garrafa hiper carbonatada. Seriam elas as cervejas alcoólicas, escuras, amargas?

Então, antes de falar de cerveja forte, vamos conceituar o que esse adjetivo representa. Fiz uma pesquisa no meu Instagram: das 980 pessoas que participaram, 14% disse que cervejas fortes são escuras, 16% disse que são amargas, 29% respondeu que são as cervejas alcoólicas, 32% disse que são as que têm corpo elevado. Apenas 9% deram respostas como, aromas exóticos, acidez, fermentação espontânea e envelhecimento em barris de madeira. Acho que diante desses dados temos alguma coisa a tecer sobre o assunto.

Aqui, chamaremos de cerveja forte somente as cervejas que tenham IBU (índice de amargor) acentuado, ABV (índice do teor alcoólico) elevado e densidade de corpo alta, essa coisa de cerveja escura ser considerada uma bebida forte. Deste modo, escolhi exemplares famosos por estes aspectos, para, ao som de Balada dos Mortos da banda curitibana Confraria da Costa, harmonizar com pratos deliciosos.

4 harmonizações com cervejas alcoólicas, amargas e de corpo alto:

Flying Monkeys Alpha Fornication:

Esse é o nosso exemplo amargo, mas assim… Não é qualquer cerveja amarga. A Cervejaria canadense Flying Monkeys criou a cerveja mais amarga do mundo. Com seus 2.500 de IBU não dá pra dizer que esta Imperial IPA não é uma breja forte (detalhe: o corpo humano só percebe até 100 de IBU). Eu vou puxar sardinha aqui pro Nordeste e harmonizar belissimamente com um pratão de caruru com vatapá, aqui na Bahia, com aquela maravilhosa buchada de bode ou aquela incrível feijoada com feijão preto. Ela poderia estar enquadrada também na sessão de cervejas alcoólicas, mas você vai querer conhecer o próximo exemplar.

Koelschip Mystery of Beer:

Esta cerveja, de origem holandesa, é vendida em garrafas de 330 ml, mas não subestime esta garrafinha. Dizem que nos menores frascos se escondem os piores venenos, e com esta breja não é diferente. O rótulo ostenta incríveis 70% de teor alcoólico (quase uma garrafa de absinto). Gosto de harmonizar cervejas muito alcoólicas com pratos mais intensos. Um prato de maniçoba (iguaria feita com folha de mandioca) seria uma boa pedida, um arrumadinho de charque também é outra bela combinação ou quem sabe até um joelho de porco assado.

Guinness:

Esta é uma cerveja escura, mas só está nesta lista pra desmistificar um ponto. Nem sempre a cor da cerveja vai influenciar nesta coisa de “cerveja forte”. A Guinness, por exemplo, é uma Dry Stout super leve e refrescante. Uma breja irlandesa maravilhosa, de cor preta, carbonatação icônica com uma espuma bege, cremosa e aquele maravilhoso efeito cascata. Corpo médio baixo e notas de café expresso e chocolate amargo. Pode harmonizar bem com um suculento hambúrguer num pão australiano, uma carne com molho barbecue ou de repente um petit gâteau com sorvete de nata com goiaba. Dito isto, vamos para uma cerveja escura e forte de verdade.

Old Rasputin:

Aqui temos uma Russian Imperial Stout (RIS). E não é qualquer RIS. É uma das melhores RIS do mundo e está aqui representando duas categorias. Corpo denso e cerveja escura. E acredite: ela é tudo isso sim. Pretona, corpo denso (aspecto quase oleoso), espuma bege e notas de chocolate ao leite, baunilha e café torrado. Super cremosa! Vai muito bem com sobremesas como Panna Cotta, Crème Brulée e pizza de brigadeiro com morangos.

Deste modo, curta as dicas, mas beba com bastante moderação. Ninguém precisa ver você vestir um cuecão de couro peludo, por uma cruz de malta no peito, erguer uma garrafa ao alto e gritar “EU TENHO A FORÇA!”. Dito isso, divirta-se e CHEERS!!!>

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