Chegamos ao fim da linha. A última parada não poderia ser melhor: a tão especial Bruxelas. Se você estiver acompanhando no mapa, verá que desbravamos as terras belgas num movimento de espiral: começamos pelos arredores e terminamos na capital. A cidade conta com aeroporto e plataforma de trem com diversas opções de itinerários, o que facilita muito o retorno para casa ou a conexão para outra capital europeia para continuar a viagem.
Aqui, o melhor é devolver o carro alugado e ficar por conta do transporte público, mas caso queira manter o carro alugado a melhor opção são os estacionamentos subterrâneos no centro da cidade. Além disso, recomendo algumas das inúmeras opções centrais de hospedagem, preferencialmente próxima à Grand Place, para facilitar o deslocamento entre as intermináveis atrações turísticas e cervejeiras. Mesmo sendo uma metrópole com mais de um milhão de habitantes, a cidade é sempre muito acolhedora, apesar do clima de capital.
Lambics e mais!
Mantendo a pegada da edição anterior, a primeira visita é na lendária Cantillon Brewery, cervejaria icônica que produz renomados rótulos de Lambic é parada oficial para quem passa na cidade. Há duas formas de visitação: a autoguiada e a guiada pelo cervejeiro da casa, que necessita de reserva antecipada. A visita é uma imersão no mundo da produção de Lambics e conta com um belo tasting na saída. Na sequência, a 150 metros de distância, a pedida é emendar uma visita na L’ermitage Nanobrasserie, uma cervejaria que nasceu em 2017 e que mistura rótulos clássicos com influências da escola americana e inglesa.
A 15 minutos de caminhada fica o Manneken Pis, também conhecido como “Menino Mijão” é certamente a parada turística mais famosa da cidade. Vale a pena tirar fotos e repor as energias no Poechenellekelder, um bar que fica na mesma quadra. Além de ótimas refeições e excelente carta de cervejas, o ambiente interno é todo decorado e se estiver um dia bonito você pode ficar do lado de fora.
Os bares de Bruxelas
Com mais quatro minutos de caminhada você encontra a Grand Place – Praça Principal, que considero o lugar mais agradável da cidade. Além de ser linda, recheada de prédios com fachadas históricas e a 200 metros do Delirium Café, ao anoitecer a iluminação dá um ar todo especial. Então minha sugestão é ir ao bar oficial da Delirium, escolher alguns dos mais de 1000 rótulos na carta e terminar a noite na Grand Place. Não é incomum encontrar locais tomando uma Duvel ou uma Delirium em meio às luzes que decoram a praça. Ah, se o bar da Delirium estiver lotado, ali pertinho fica o bar À La Mort Subite: um bar-restaurante típico de Bruxelas, que foi fundado pelo criador da cerveja Mort Subite e carrega uma decoração bem peculiar do início do século passado.
Para o dia seguinte, há uma série de ótimas opções turísticas que você pode mesclar com outros bares legais da cidade. São realmente muitas opções interessantes e que levariam semanas para visitar na íntegra. Mas há alguns passeios que acho realmente imperdíveis, como a visita ao Parlamentarium, prédio que abriga o parlamento da União Europeia. Ali próximo fica o Parc du Cinquantenaire, que também é muito bonito e vai render ótimas fotos. Para o almoço, sugiro muito que você experimente o prato salgado mais famoso da Bélgica: Moules et frites. São vários os restaurantes que servem, basta você escolher um evitando aqueles estilo “pega-turista” e que tenha boas cervejas na carta – acredite, passei por alguns restaurantes que serviam apenas a “pilsen” mainstream.
Opções turísticas não faltam em Bruxelas!
Outros passeios turísticos bem interessantes e próximos são Parc de Bruxelles, Palais Royal e Igreja Notre-Dame Du Sablon. Para terminar, parada estratégica no Cafe Leffe. Você também pode mudar um pouco o caminho para ir até a Cathédrale Saint-Michel et Gudule e emendar uma degustação no bar da BrewDog. Um pouco mais afastado fica o magnífico Palais de Justice, que te faz sentir-se minúsculo quando se depara com a cúpula de 100 metros de altura e adentra o pórtico central com seus quase 40 metros de pé direito.
Há muitos outros bares e atrações na amada Bruxelas, mas esses são aqueles que considero imperdíveis e que rendem boas lembranças. Na próxima edição voltaremos a falar das peripécias cervejeiras vivenciadas nestes lugares tão mágicos que passamos as últimas sete revistas.
Mas o roteiro belga não acaba por aqui. O país é encantador e já planejo fazer outra visita buscando novas cidades, novas cervejarias, novos bares e novas experiências escondidas e inesquecíveis. Espero que também possam desfrutar de ótimos momentos neste país tão pequeno, mas tão acolhedor e tão cheio de cultura cervejeira. Santé!