Filme #4: Mi obra prima

A grande sacada do roteiro é brincar com o conceito do que é, afinal, uma “obra-prima”. É o reconhecimento imediato? A eternidade na história?

É muito difícil um filme com dois craques ficar ruim. Mi Obra Maestra (2018), mais um excelente filme do diretor Gastón Duprat, nos leva pelas ruas de Buenos Aires e pelas pinceladas erráticas da relação entre Arturo (Guillermo Francella), um carismático marchand, e Renzo (Luis Brandoni), um pintor talentoso, porém decadente.

A fórmula parece simples: um homem de negócios e um artista mal-humorado, duas personalidades opostas, mas que orbitam uma mesma necessidade: ganhar mais dinheiro. Tudo poderia ser retratado de forma estereotipada, mas Duprat não entrega um filme óbvio. Em vez disso, ele transforma a tela do cinema em um mosaico de ironias sobre o valor da arte e, mais do que isso, sobre o valor das relações humanas.

A grande sacada do roteiro é brincar com o conceito do que é, afinal, uma “obra-prima”. É o reconhecimento imediato? A eternidade na história? Ou algo mais subjetivo, que só faz sentido para quem viveu aquilo?


Francella, com seu sorriso astuto e olhar que diz mais do que qualquer diálogo, constrói Arturo como um vendedor nato, um homem que entende o mercado da arte muito mais do que a própria arte. Do outro lado, Brandoni encarna Renzo como um artista frustrado, avesso a qualquer tentativa de comercialização de seu trabalho, um gênio amargo e incompreendido que resiste ao mundo moderno.
A grande sacada do roteiro é brincar com o conceito do que é, afinal, uma “obra-prima”. É o reconhecimento imediato? A eternidade na história? Ou algo mais subjetivo, que só faz sentido para quem viveu aquilo? Quando Arturo e Renzo se envolvem em um plano ousado – e moralmente duvidoso – para trazer de volta o prestígio do pintor, a trama se desenha como um golpe de mestre. Mas o que poderia ser um filme de trapaça se transforma em um ensaio sobre amizade, sacrifício e redenção.
Com um final agridoce e repleto de sutileza, Mi Obra Maestra nos lembra que, muitas vezes, as grandes criações não estão nas galerias, mas nas pequenas histórias de cumplicidade que dividimos ao longo da vida.


Serviço:
País: Argentina
Ano: 2018
Diretor: Gastón Duprat
Atores: Luis Brandoni, Guillermo Francella
Assista ao trailer aqui.
Prêmios:

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