Por mais conexão de verdade e menos celular

O Brasil já é considerado o quarto país mais viciado em smartphone do mundo segundo uma pesquisa recente da Universidade de McGill.

Quanto mais estudo, mais me assusto com os efeitos adversos que vivemos atualmente em virtude desse aparelhinho de aparência tão inofensiva

Se você é daqueles sempre atentos às notícias do país e do mundo, ou se você tem filhos, sem dúvida nenhuma você ouviu falar recentemente sobre a proibição do uso de celular nas escolas de todo Brasil. 

Não sei o que você achou disso, mas a notícia deu o que falar, gerou muita polêmica e, com isso, amém, algumas reflexões importantes também por parte da sociedade como um todo.

Pois bem, gostando ou não gostando, a lei já está em vigor, com todos se adaptando como conseguem.

E agora você deve estar se perguntando: “tá, e daí Carol? Não vou mesmo mais para a escola e então posso usar meu celular quando quiser”.

Portanto, te convido a repetir diariamente o mantra “Menos conexão, mais conexão!”

Hum, será mesmo? Poder você pode, mas será que você deveria estar usando tanto esse aparelhinho?

Tenho pensado e estudado muito sobre esse assunto e até já palestrei a respeito disso em algumas oportunidades.

Para você não achar que isso é sobre uma opinião pessoal, te digo que sou formada em Comunicação Social pela UFPR, tenho pós em Psicologia do Consumo, tenho curso de Neurociência pela USP, sou certificada em Educação Positiva, entre outros tantos aprofundamentos no tema.

Quanto mais estudo, mais me assusto com os efeitos adversos que vivemos atualmente em virtude desse aparelhinho de aparência tão inofensiva.

O mau uso que temos feito dos smarphones tem trazido consequências físicas, mentais e sociais.

Para exemplificar:

  • Físicas: dor de cabeça, cansaço ocular, dor nas costas e pescoço, problemas de postura, perda auditiva e visual.
  • Mentais/Emocionais: ansiedade, depressão, problemas no sono, irritação constante.
  • Sociais: Frequente distração, falta de interação humana, cyberbullying.

Você acha que isso tudo é exagero ou tem percebido na sua vida algum, ou alguns, desses impactos acima?

Algumas perguntinhas que podem tornar mais prática a visualização desses efeitos na sua vida:

  • Você já conversou com algum amigo, que em vez de olhar para você, estava checando o celular? O que você sentiu quando isso aconteceu?
  • Você já fez isso com alguma outra pessoa? 
  • Quanto tempo o celular toma do seu dia? 
  • Você tem a sensação de que precisa verificar as notificações do celular várias vezes por dia?
  • Você fica ansioso quando a internet está ruim?
  • Tem a sensação de que tem se encontrado mais virtualmente com seus amigos que pessoalmente?
  • Você tem necessidade de deixar sempre o celular por perto?
  • Você tem levado o celular ao banheiro?
  • Você já levou seu celular no banho?
  • Você sente que precisa do celular no quarto, até na hora de dormir?

Pois bem, se você respondeu que sim para algumas das questões acima, está na hora de refletir sobre quem está no comando da sua vida.

Mas, é preciso dizer, você não está sozinho! O Brasil já é considerado o quarto país mais viciado em smartphone do mundo segundo uma pesquisa recente da Universidade de McGill.

Pois bem, claramente estamos tendo uma relação pouco equilibrada com os smartphones e, ao contrário do que foi feito para os ambientes escolares, não podemos esperar que se aprove algum tipo de lei para que melhoremos nesse assunto. É preciso que sejamos adultos e que nossa maturidade nos faça refletir sobre isso. É nossa reflexão e nossa diária vigilância nesse uso que poderá fazer a diferença.

Segundo a psicanalista e hipnoterapeuta Danielle Alvim, “todo vício é uma tentativa de contenção das angústias, sendo o prazer, apenas um dos bônus”. Ela afirma que “esta desconexão de nós mesmos, causada pelo uso excessivo de telas, tem alterado nossa percepção da realidade. É preciso coragem para andar na direção contrária” – provoca. E complementa com um lembrete “não existe saúde sem saúde mental e considero que hipnose clínica pode ser uma alternativa no tratamento também deste vício”.

Portanto, te convido a repetir diariamente o mantra “Menos conexão, mais conexão!”. Que silenciosamente você tente sempre que possível se lembrar que quanto mais conectado na sua telinha azul, menos conectado você estará da sua vida real e das pessoas que te fazem bem.