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Fusão de mercado – O que você acha desse modelo de negócio para cervejarias artesanais?

Sabemos que sustentar uma cervejaria ativa no mercado brasileiro não é uma missão fácil. Devido a isso, existem alguns movimentos que estão ganhando força no país, com o objetivo de viabilizar um modelo de negócio mais saudável para as marcas manterem suas produções ativas. É muito provável que você já tenha conhecimento de algumas marcas de cervejas que realizaram uma fusão de mercado. Essa é uma forma que alguns players de cerveja artesanal estão encontrando para alavancar suas vendas e alcance. 

Isso é até bem comum entre as gigantes que dominam o mercado cervejeiro nacional, como é o caso da Ambev, empresa que surgiu como fruto da união da Brahma com a Antarctica, em 1999. Em 2004 uma nova fusão entre a Ambev e a cervejaria belga Interbrew, gerou a criação da InBev, que em 2008, com a junção da norte-americana Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser, se tornou a AB-InBev. A multinacional conta hoje com cerca de 200 marcas de bebida em seu portfólio, incluído cervejarias artesanais que adquiriram pelo mundo.

E nas artesanais? Será que uma fusão de mercado pode dar certo?

No Brasil já existem iniciativas desse modelo de negócio de fusão no mercado das artesanais. A principal delas é a CBCA (Companhia Brasileira de Cerveja Artesanal), criada em 2019 com a união da cervejaria Schornstein, de Pomerode (SC), e a Cervejaria Leuven, de Piracicaba (SP), tendo  como objetivo a ampliação do consumo da cerveja artesanal independente no Brasil através de uma estratégia conjunta de marcas mantendo, cada uma, suas estratégias e produtos distintos. 

A Schornstein é uma das pioneiras no mercado nacional de cervejas artesanais. Chegou ao mercado em 2006 e hoje está em mais de 2 mil pontos de vendas. Entre os destaques da linha estão rótulos premiados nacional e internacionalmente. Um dos exemplos é a IPA, que figura entre as mais conhecidas do país.

Já a Leuven é reconhecida pela inovação não só nos produtos, mas também na gestão. Foi a pioneira no Brasil a captar recursos através de um equity crowdfunding, que possibilitou, através de mais de 600 sócios, os investimentos na fábrica. Seus produtos já conquistaram mais de 15 medalhas, entre elas seis no World Beer Awards.

Para o CEO da CBCA, Gustavo Barreira, as duas são cervejarias que nasceram em momentos diferentes e com propostas de produto distintas, mas que se unem pela busca constante por crescimento e qualidade. “Nós acreditamos numa ascensão ainda mais rápida da cerveja artesanal no país e temos certeza que, através da CBCA, vamos conseguir chegar em mais lares brasileiros, com mais qualidade e preços justos”, comenta.

Em abril deste ano, mais uma cervejaria entrou para o grupo, a gaúcha Seasons, reconhecida como uma das marcas mais criativas do cenário cervejeiro nacional. 

No final de março, a CBCA anunciou também aquisição de participação na Fábrica 75, uma das maiores distribuidoras de cerveja artesanal da cidade de São Paulo (SP). A distribuição será um negócio à parte dentro do grupo, que seguirá com gestão própria e planos de crescimento acelerado, seguindo o aumento de capacidade produtiva. O foco em logística trará maior capilaridade às marcas CBCA. O resultado é que o consumidor encontrará as marcas com maior frequência em mais pontos de vendas por todo país. Este é um dos pilares da Companhia. 

Juntas, as marcas de cerveja que integram a CBCA têm uma capacidade produtiva de 250 mil litros por mês e somam cerca de 40 diferentes produtos. A expectativa de faturamento da companhia em 2020 é de R$ 35 milhões.

Nós conversamos com o Gustavo Barreira, CEO da CBCA, que nos explica como surgiu essa ideia, sobre esse modelo de negócio e sobre expectativas futuras. Essa é uma entrevista exclusiva da nossa revista Cerveja de Todos os Jeitos, enviada mensalmente para  assinantes dos nossos clubes de assinatura de cerveja. 

Além disso, dia 27/04, as 18h, vai rolar uma live em nosso Instagram com a participação do Gustavo. Participe com a gente e tire suas dúvidas sobre esse promissor modelo de negócio.

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Escrito por Ana Paula Komar

Jornalista, apaixonada por história, curiosa por culturas e apreciadora de boas cervejas!