Ana Paula Komar
Você consegue imaginar um universo que em que a cerveja Blue Moon não exista? Pois é, isso quase aconteceu! No ano de 1995, o icônico cervejeiro Keith Villa apresentou a sua mais nova receita de Witbier para os cervejeiros da Coors Brewing, a 5ª maior cervejaria do mundo. Apesar da expectativa, os avaliadores não ficaram impressionados.
Mesmo que a Hoegaarden, Witbier belga, já estivesse fazendo muito sucesso há alguns anos, os cervejeiros não acreditavam na ideia de que uma cerveja turva e com aromas cítricos funcionaria com o grande público.
Para nossa alegria, mesmo sob os olhares desconfiados, Villa conseguiu que uma pequena cervejaria do grupo realizasse a produção da Blue Moon, e resistiu às diversas tentativas dos cervejeiros da companhia de encerrarem a produção já nos meses seguintes.
Incansável, o cervejeiro acreditava tanto em sua criação que decidiu viajar os Estados Unidos inteiro para vendê-la, mas não teve bons resultados de imediato. Foi só em em 1997 que surgiu uma ideia que viria a ser a salvação da nossa idolatrada “Lua Azul”.
Mais laranja na cerveja com laranja
Entre suas inúmeras viagens, Keith Villa lembrou que no México era muito comum servir algumas cervejas com uma fatia de limão. Com isso, ele comprou diversos sacos de laranja e foi de bar em bar com sua nova proposta: a Blue Moon servida com uma fatia de laranja no copo. Além da fruta complementar o sabor da cerveja, o serviço seria um diferencial no bar e ainda destacaria o copo da cerveja. E não é que funcionou?
Segundo Villa, essa ação em conjunto com o amadurecimento do paladar americano em relação à cerveja foram os pontos principais para o sucesso da Blue Moon. Apesar disso, foi somente em 2001 que as vendas da marca começaram a ter resultados expressivos e hoje em dia está entre as 20 cervejas mais consumidas em solo norte-americano.
O diferente se destaca na cerveja Blue Moon
Você já sabe que a tradicional Witbier é uma cerveja Ale de trigo com adição de sementes de coentro e casca de laranja. Normalmente, a laranja utilizada é a do tipo Curaçau, mas para a Blue Moon, além da Curaçau, a receita também conta com a laranja Valência.
A Blue Moon possui coloração alaranjada, espuma branca, 5.4% de teor alcoólico e 9 IBUs – ou seja, baixo amargor. Vai muito bem acompanhada de frutos do mar ou uma saladinha. E dias de verão se tornam muito mais bem aproveitados na presença dessa cerveja, hein!
O fato é que a cerveja Blue Moon caiu no gosto do povo e é a recordista de vendas aqui do Clube do Malte, por exemplo. E muitos brasileiros que passearam ou viveram nos EUA e tiveram a oportunidade de conhecê-la, quando voltam para o Brasil encontraram nela uma forma de se conectar com essas épocas.
Essa cerveja é, sem dúvida, uma bela representante do estilo Witbier e uma marca admirável!
Cheers!
