Carlos Henrique Kruschewsky
Neste mês de agosto vamos homenagear o Rio Grande do Sul, uma região tão singular que já foi até um país independente. A República Rio-Grandense, ou República de Piratini. Antes, é importante dizer que escrevo este artigo numa experiência quase imersiva. Na minha radiola toca músicas típicas desta região e pela janela entra um frio de tremer o queixo, aqui na Bahia, neste momento fazem 21 ºC, e capaz! Neste frio de renguear cusco, só usando cuecão, dois abrigos e uma japona. Já me sinto até com sotaque sulista (imagina um baiano dizendo isso!) e antes de pretear o olho da gateada, vamos lá falar do nono maior estado Brasileiro.
O estado do Grêmio e do Internacional é o sexto mais populoso do país. É impossível ignorar um gaúcho quando nos deparamos com um (seja lá em qualquer lugar deste imenso país). O gaúcho tem um jeito próprio de falar, de comer e porque não dizer de beber. Segundo informações do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a gauchada é responsável pelo maior número de cervejarias do Brasil. 187 em 2018 (o que já é um numero 31% maior do que 2017), o que nos faz imaginar que agora, em 2021 eles já devem ter passado a marca de 300 cervejarias. A influência da colonização europeia, principalmente alemã, faz com que a bebida seja bem cultuada por lá.
Curioso imaginar que enquanto a Bahia sente frio (na temperatura de ar-condicionado) o gaúcho sai de pilcha pra tomar uma fresca num dia de calor em temperaturas bem mais baixas. Afinal de contas o estado fica na Zona Temperada e neva! A maior nevasca, inclusive, foi registrada em 1879 em Vacaria, com acúmulo de neve de mais de 2 metros! Então, vamos deixar de graça com os guris, e ao som de Querência Amada do Teixeirinha, vamos harmonizar logo as cervejas com as comidas, que eles devem estar com calor e mais lôco que a vó do badanha!
Churrasco
Vamos deixar de lado a guerra entre linguiça e salsicha e entrarmos num acordo de que o churrasco gaúcho é diferenciado. Você senta pra comer e quando menos se espera o gaúcho despenca um boi inteiro no seu prato. Então vamos fugir do lugar comum de churrasco com IPA e trazer uma Red Ale pra mesa, afinal as notas tostadas de malte vão combinar perfeitamente com as notas carameladas das carnes em alta temperatura.
Tainha Assada
Olá Marilene! Olha a tainha chegando, em?! Tainha é um peixe muito consumido no Rio Grande do Sul, assada na brasa, e presa a um bambu-taquara, fica uma delícia! O prato é muito conhecido nas festividades de Nossa Senhora dos Navegantes e aqui se a gente deixar ela na fumaça um pouquinho e harmonizar com uma cerveja de baixa fermentação como uma Bamberg Märzen Rauchbier é garantia que a noite vai ser tainha, cerveja e muito… quer dizer… Muita diversão!
Matambre recheado
Este é um corte especial de carne, localizado em cima da peça da costela na traseira do boi. Uma carne super macia e com um sabor muito singular. Uma barbaridade tchê! Este corte recheado com sal, bacon, linguiça defumada, cebola e cenoura vai harmonizar super bem com uma Porter com adição de cacau! Afinal de contas as notas torradas vão combinar super bem com esse assado na brasa!
Sagu de vinho com creme
Sagu é uma fécula retirada do interior esponjoso de algumas plantas, normalmente do sagueiro ou saguzeiro. Aqui é preparado como uma sobremesa, feita ao vinho e com creme. Vamos harmonizar com uma Porter maturada na Amburana que vai agregar notas de chocolate bem características ao prato e um bônus de baunilha (por conta da escolha da madeira). Pode inclusive escolher esta cerveja para fazer o sagu ao invés do vinho, mas vou deixar propostas de receita para o Junior Neves, que é quem entende disso!
Barbaridade! Então é isso mesmo? A gente harmonizou os pratos com cervejas que vieram nesse pack, produção? Que barbada, em? Baita presentão pra gauchada! Então é isso! Um abraço pra todo o pessoal do sul e SAÚDE!!
