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Lambic, a “mãe das cervejas”

Bebidas fermentadas e alcoólicas fazem parte da alimentação e diversão de diversos povos há milhares de anos. E desde o século XVI, os moradores de Lembeek, uma pequena cidade da região de Pajottenland, nas redondezas de Bruxelas, festejam com suas cervejas. A breja era fermentada de maneira espontânea, ou seja, contando com as bactérias e leveduras presentes no ar, sem qualquer tipo de controle. Com sua popularização, a bebida começou a ser chamada de Lambic.

As características sensoriais promovidas por essa cerveja são tão específicas que, para ser considerada uma autêntica Lambic, a bebida precisa ser fermentada na região do Vale do Rio Senne, na Bélgica, onde a diversidade de microrganismos é única e ideal para os aromas e sabores desta categoria.

Lambic – a primeira de todas

A Lambic é considerada a “mãe das cervejas”, e não é por menos. A primeira cerveja produzida na história da humanidade, o que aconteceu há cerca de 6 ou 7 mil anos, obviamente não usou técnicas que conhecemos atualmente. Não havia controle de temperatura, não se sabia o impacto da fermentação.

De alguma forma, os cereais eram colocados em contato com a água e o ambiente se encarregava de inocular agentes bacterianos para que a fermentação ocorresse e gerasse o líquido sagrado.

Até hoje a fabricação das Lambic tem esse caráter. Não é exatamente da mesma forma, pois são utilizados maquinários e técnicas de controle em algumas etapas. Contudo, a fermentação continua sendo baseada naquilo que a natureza do local pode oferecer.

Com o tempo, foram surgindo algumas variações das tradicionais Lambic Puras, ou Straight Lambics. Começou-se a realizar blends dessas bebidas com diferentes tempos de maturação, gerando o subestilo Gueuze. Ainda existem os exemplares que utilizam a adição de frutas, geralmente cerejas ou framboesas para formar as Fruit Lambic, ou de açúcar, originando as cervejas Faro.

Selvagem e animalesca!

A Lambic, de maneira geral, é uma cerveja de trigo que tem como principais características o alto nível de acidez, que se sobrepõe ao amargor do lúpulo e o dulçor do malte, e a presença de aromas e sabores agressivos e selvagens – muitas vezes chamados de funky, fazendo referência a odores animais.

Essa acidez em destaque geralmente remete a notas cítricas e frutadas, as quais são mais aparentes nas tiragens mais “jovens”. O tempo de maturação atua aqui como um atenuador dessa acidez, dando assim espaço para o aparecimento de notas maltadas, como a de mel.

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Porém, o grande diferencial sensorial da Lambic é a presença de notas animalescas, fazendo referência a caprílico, feno, estábulo, couro, cobertor de cavalo e terroso. Um gole de uma Lambic é uma experiência bem complexa, o que acaba afugentando muitos cervejeiros.

Contudo, garanto que é uma experiência bacana e que vale a pena ser tentada. A dica é ir com a cabeça e o paladar abertos para encontrar aromas e sabores pouco comuns em outros estilos que estamos acostumados a beber. Como são brejas relativamente caras, uma forma de viabilizar essa degustação é comprar garrafas junto com amigos.

Lambics clássicas

Lambic

Por ser uma cerveja com longa história e produção bem peculiar, existem algumas marcas e rótulos que são considerados referências. No Clube do Malte você encotra algumas opções da marca Timmermans caso tenha interesse em degustá-los.

Cheers!

 

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Escrito por Fernando D'Aquino

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