A temperatura amena durante boa parte do ano e a regular garoa não fazem jus a umas das cidades mais efervescentes nos Estados Unidos. São Francisco é tudo menos amena. Antigo ponto de encontro dos beatniks e um dos polos da contracultura dos anos 60, a cidade é sinônimo de vanguarda e inovação.
E foi lá, entre os barris e tanques da Social Kitchen & Brewery, que nasceu, em dezembro de 2018, um novo subgênero da American IPA: a Brut IPA.
A nova IPA, que já se espalhou pelos quatro cantos do país e do mundo, foi criação do mestre-cervejeiro Kim Sturdavant.
Aroma pra dar e vender
Basicamente, a Brut IPA é uma cerveja de coloração bem clara, um pouco hazy (bem menos que as New England IPAs), efervescente, seca, de baixo amargor e extremamente aromática. O malte usado geralmente é o Pilsner, mas também não é raro a adição de outros cereais como arroz e milho. O objetivo é uma cerveja bem leve e fácil de beber.
Mas o pulo do gato está na utilização da enzima amilase glucosidase. Até então essa enzima era utilizada somente em cervejas mais fortes, como a Imperial Stout, auxiliando na fermentação e proporcionando uma cerveja menos adocicada.
Na IPA, com menor graduação alcoólica, a amilase resultou numa cerveja mais efervescente e paladar mais seco. Daí o nome Brut, em referência à champagne.
Concorrente pra NEIPA?
Se a Brut IPA vai alcançar a popularidade da New England IPA e se tornar oficialmente um novo estilo, só o tempo dirá. Mas tem grande potencial.
Várias cervejarias estão fazendo suas versões dessa nova IPA, mas bem longe de atender a demanda. Depois de muito procurar eu finalmente encontrei um exemplar.
A boa Feeling Good Louis, da Fair State Brewing Cooperative, uma Brut Fruit IPA com adição de kiwi. Algumas cervejarias brasileiras, como a Bodebrown, já lançaram sua versão da estilo, a Brut IPA Galaxy, mas muito mais ainda está por vir. Fiquem de olho.
Cheers!
Fonte imagem destaque: Cervejaria Bodebrown.