Você sabe como degustar cervejas artesanais? Com quais aspectos deve se preocupar antes e na hora de bebê-la? A gente preparou algumas dicas para você ter em mente quando quiser parar para apreciar ainda mais seus rótulos preferidos.
Só ressaltamos que essas orientações, geralmente, são usadas para momentos especiais ou realmente quando se quer analisar todos os aspectos aromáticos e de paladar de uma cerveja. No churrascão com a galera é bem possível que você não consiga explorar totalmente essas “técnicas”.
Se preparando para a degustação de cervejas artesanais
Antes de iniciarmos a degustação de cervejas artesanais propriamente dita, precisamos dar algumas dicas relevantes que antecedem esse momento tão esperado. Vale mencionar que essas observações não são regras absolutas, mas elas podem colaborar para uma experiência ainda melhor.
Copo
O copo pode sim fazer diferença na degustação da cerveja. É indicado usar uma taça ISO, aquelas pequenas com aspecto ovalado e muito utilizadas em concursos cervejeiros. Outra boa opção é a taça sommelier, que você pode conhecer melhor clicando aqui.
Não tem problema se você não tiver esses copos específicos. O importante é que o recipiente seja de vidro, transparente e liso (sem muitos desenhos e serigrafias), pois é importante visualizar a cor e outras características visuais do líquido. Então até um copinho americano pode servir.
Ambiente
Outro fator de extrema relevância é o ambiente. Não adianta você querer degustar uma cerveja artesanal enquanto fuma cigarro ou esteja preparando pratos com cheiros fortes no mesmo local, como churrasco, feijoada, batata frita ou dobradinha.
Tudo isso pode alterar a sua percepção dos aromas, distorcendo o que você sente em relação ao que realmente a bebida oferece e foi planejado pelo mestre cervejeiro. Além disso, iluminação clara e de boa intensidade pode ajudar para se atentar aos detalhes visuais do líquido.
Hora de degustar
No momento da degustação das cervejas artesanais, pode até não parecer, mas vamos usar todos os nossos sentidos. E você já vai entender como e o quê cada um deles vai nos permitir entender sobre a cerva.
Audição
O primeiro sentido a ser ativado é a audição. Com ela, assim que abrimos a garrafa ou lata podemos ouvir o barulho gerado pelo gás presente na breja. Esse já o primeiro indicativo sobre a carbonatação da cerveja, permitindo avaliar se aquele rótulo está dentro do seu estilo nesse quesito.
Visão
Em seguida, vamos explorar nossa visão. Logo de cara, vamos nos deparar com a coloração da cerveja, que pode ser amarela, dourada, âmbar, cobre, marrom, preta… Isso sem falar nas variações e aproximações entre essas cores.
Outro aspecto a ser observado é a transparência, ou seja, se a bebida apresenta alguma turbidez. Se ela não for límpida, o que já indica que ela tem grandes chances de não ser uma cerveja filtrada.
Vale verificar também a presença de sedimentos das leveduras, o que é desejado nas Weizenbier, por exemplo. Para tudo isso, a “manha” é olhar o líquido contra a luz (por isso aquela dica da iluminação lá do começo).
Por fim, é hora de analisar a espuma em relação à sua cor, se ela tem alta formação e retenção (o quanto ela permanece enquanto a cerveja é bebida) e sua densidade, se apresenta formação de bolhas ou tem um aspecto cremoso.
Olfato
Chegou a hora de usar o seu “nariz” para perceber os aromas promovidos pelos maltes, lúpulos e até mesmo pelos adjuntos, principalmente se a cerveja tiver especiarias e frutas adicionadas em sua receita na hora da brassagem ou da fermentação.
Fique atento com todo e qualquer “cheiro” (o termo correto é aroma, tá?) e faça o exercício de tentar identificar se aquilo que está sentindo vem dos cereais, dos lúpulos ou do que foi incrementado à bebida. É um verdadeiro convite para o paladar!
Paladar e tato
O momento enfim de beber chegou. Aqui você vai usar tanto o palato quanto o tato. E aí pode surgir a pergunta: “vamos encostar a mão na cerveja?”. Claro que não, quem faz esse papel é a língua.
É importante que no primeiro gole você deixe a cerveja passar por toda a boca e sentir o que ela causa. Percebeu alguns pinicados ou ardência? É sinal da alta carbonatação da cerveja especial. Sua boca começou a salivar? Isso é o resultado da acidez ou adstringência da bebida.
Os paladares sentidos podem reforçar ou não os aromas percebidos anteriormente, além de definir se a breja tem características maltadas ou lupuladas. É combinando aromas e paladares que temos os sabores cítricos, frutados, herbais, terrosos, entre muitos outros.
Usando esses sentidos podemos ainda perceber o corpo da cerveja, se ela “preenche” a boca, deixa ela com aspecto untuosa ou traz uma finalização seca. Para encerrar, temos o aftertaste ou retrogosto, que é o sabor que permanece na boca após a cerveja ter sido engolida, e a sensação de aquecimento, indicando que o rótulo possui um teor alcoólico elevado.
Agora é só praticar!
É muita informação, muitos detalhes para serem reparados, e não existe nada melhor do que a prática para ir evoluindo na percepção de todas essas nuances da cerveja. Portanto, anote o que você sente em cada uma delas.
Depois de muitas cervas degustadas, é bem possível que você não lembre “de cabeça” todos os aspectos delas. Um caderno de anotações pode ser uma forma de revisitar suas experiências e ver se não achou algo a mais em uma segunda ou terceira degustação do mesmo rótulo.
Não gostou da ideia de carregar um bloco de notas por aí? Então você com certeza vai curtir o app que estamos desenvolvendo. Com ele, será possível avaliar cervejas, montando sua própria biblioteca de degustações, além de compartilhar seu conhecimento cervejeiro e interagir com a galera do Brasil inteiro!
Degustar cervejas especiais é uma forma de encontrar o estilo que você mais gosta. Esperamos que essas dicas possam te ajudar nessa caminhada. Se tiver mais dicas, compartilhe com a gente nos comentários.
Cheers!