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Roteiro Belga #1 – Escolhendo sua viagem cervejeira

Nobres amantes do líquido sagrado, esta é a primeira de uma série de publicações em que vou abordar o roteiro belga que utilizei nas minhas viagens, falando não só das cervejarias mas também de pontos turísticos, cidades interessantes, passeios e, claro, bares icônicos. Aqui vou te ajudar a escolher a sua viagem cervejeira.

Desde que iniciei a coluna na revista, tive a ideia de falar de forma mais abrangente como foram as viagens e como construímos nossos roteiros. Sem saber disso, o assinante e acionista do clube Nelson Totini sugeriu uma matéria com roteiro para viagem pela Bélgica. Era o impulso que faltava: juntei a sede com a vontade de beber. Então, vamos embarcar neste planejamento cervejeiro!

Bélgica: o paraíso das cervejas especiais

Primeiros passos da viagem cervejeira

Antes de qualquer coisa, acho importante falar que a Bélgica é um país de dimensões geográficas bem pequenas: apenas 30 mil km², pouco menos que o estado do Rio de Janeiro ou um terço do estado de Santa Catarina. Além disso, as estradas são ótimas, mesmo aquelas que só cabem um carro e cruzam as fazendas. Ou seja, os deslocamentos dentro do país são rápidos e fáceis.

Some isso ao fato do país fazer fronteira com França, Alemanha, Holanda e Luxemburgo e terá um belo roteiro turístico, seja ele cervejeiro ou não. Então, na hora de fazer seu planejamento de viagem, as distâncias não são impeditivas, sendo bem mais relevante o tipo de turismo que você pretende fazer, pois em todo o caminho haverá sempre alguma cervejaria interessante para visitar ou bar icônico para conhecer.

Cabe ainda falar que a cultura cervejeira está em toda a Bélgica. Não houve um pequeno vilarejo sequer em que passei que não houvesse no tap as cervejas locais, alguma trapista engatada ou em garrafa e onde o clima cervejeiro não reinasse. Assim, independentemente da região em que você estiver, sentirá essa vibe cervejeira. Outro ponto importante a destacar é que viagens cervejeiras em companhia são mais divertidas e proveitosas. Aconselho fortemente fazer em casal ou em grupo de amigos (ou ambos).

Além de criar mais histórias e memórias, possibilita dividir o “dia do motorista”. Boa parte das cervejarias – e todos os mosteiros – são afastadas, o que dificulta muito se você não tiver alugado um carro. Por fim, em muitas cervejarias você precisa ser realmente insistente para conseguir agendar as visitas caso não faça parte de um grande grupo de pessoas. A dica é começar a mandar os e-mails para as cervejarias que lhe interessam enquanto vai montando seu roteiro.

Muito mais do que apenas cerveja

Finalizados os prelúdios, vamos ao que interessa. Estive duas vezes na Bélgica com propósito exclusivamente de uma viagem cervejeira. A primeira delas durou 15 dias inteiros dentro do país, na qual o propósito maior era conhecer todas as trapistas e para isso tivemos de percorrer todo o país. Nesta viagem alternamos visitas às cervejarias e bares com passeios turísticos diversos.

Normalmente fazíamos uma visitação à cervejaria e um bar por dia e no resto do tempo aproveitávamos para fazer o turismo clássico e conhecer mais da cultura local. Este tipo de turismo me proporcionou uma imersão muito maior na cultura do país e me fez entender como os locais vivem.

Sim, a Bélgica tem muito mais do que “apenas” cerveja. São castelos, torres, igrejas com belas fechadas, museus e praças históricas, vilarejos aconchegantes e restaurantes. Ah, os restaurantes! A culinária belga é simplesmente fantástica.

Desde o restaurante mais simples até o mais sofisticado, os pratos são feitos com zelo e dedicação, acompanhados sempre de uma boa cerveja servida na sua própria taça. Portanto, os almoços e jantares entre uma “turistada” e outra eram sempre sinônimos de uma ótima experiência.

Pode-se dizer que essa viagem foi uma caminhada cervejeira longa, constante e de ritmo moderado: um roteiro bem distribuído, que me permitiu fazer o turismo tradicional e cervejeiro ao mesmo tempo.

Estamos apenas começando…

Já a segunda viagem teve um total de 20 dias. Aproveitei uma viagem à França e fiz uma pequena esticada de 9 dias inteiros na Disneylândia da cerveja. Nesta ocasião fiz uma verdadeira maratona cervejeira. Deixei a parte turística para a França e passei os 9 dias inteiros visitando cervejarias e bares.

Nas refeições, optava pelos bares ou restaurantes ligados de alguma forma às cervejarias e onde eu pudesse ter uma experiência mais voltada à degustação das cervejas. O mesmo fiz com a hospedagem, optando por pousadas que de alguma forma pudessem contribuir com essa imersão. 

As duas formas de turismo cervejeiro proporcionaram memórias realmente magníficas, que tento transformar em palavras aqui todo mês, mas que não expressam todo o sentimento vivido lá. Assim, o tipo de viagem vai depender muito da intensidade de imersão cervejeira que você e a(s) pessoa(s) que irá(ão) lhe acompanhar procuram. Esse é o principal ponto para iniciar a construção do seu roteiro.

Na próxima edição vou começar a abordar o roteiro propriamente dito, as cidades, cervejarias, bares e outros lugares de visitação cervejeira obrigatória, bem como as opções turísticas tradicionais por onde passei. Vamos juntos, até lá. 

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Escrito por Enzo Molinari

Administrador de empresas e amante da cultura cervejeira. Homebrewer, beer sommelier e sócio-cervejeiro da Fanky Folks