Fernanda Barzenski
No auge dos meus 19 anos eu estava começando minha faculdade de Relações Públicas, vez ou outra pegava o carro do meu pai pra ir em alguma festinha (se beber, não dirija), trabalhava como social media e em algumas outras áreas de comunicação, e de resto, tocava um violão com minha bandinha. Nada muito fora do normal ou muito especial.
Já Benjamin Greene, em seus 19 anos, estava apenas fundando aquela que viria a ser a maior cervejaria do Reino Unido, a Greene King. Para entender melhor isso, precisamos voltar para 1799, em Bury St. Edmunds.
De Greene’s Brewery, para Greene, King and Sons – após uma fusão com a cervejaria Frederick King’s St Edmunds em 1887 – e, por fim, Greene King.
Mas agora estamos em 1836, quando Benjamin Greene entrega a cervejaria nas mãos de seu filho, Edward. Que faz um trabalho incrível expandindo seu negócio, até que em 1870 foi necessário dobrar o número de funcionários e sua produção já alcançava a marca de 40.000 barris anualmente.
Ano após ano a disputa acirrada por público entre sua cervejaria e de seu grande rival Frederick King, dá origem em 1887 a cervejaria Greene, King and Sons. Uma junção de forças que marcou história.
A cervejaria continuou não só firme, mas também crescendo e aos poucos adquirindo novos estabelecimentos, tanto que na década de 60, Greene King havia se tornado um nome bem estabelecido na indústria de cerveja e pubs.
Você já ouviu falar ou já teve a sorte de tomar uma Old Speckled Hen, produzida pela cervejaria Morland? No finalzinho do século, a Greene King assumiu o controle da cervejaria e desse rótulo, que se tornaria a cerveja premium número um da Grã-Bretanha. E entre diversas novas aquisições, a marca chega a assumir mais de 500 pubs.
O abre alas, que eu quero passar
Chegamos aos anos 2000. E até 2004, a Greene King já adicionou mais 532 pubs em sua conta, sempre envolvendo a compra de grandes cervejarias e companhias, como: Laurel Pub Company, Magic Pub Company, The Belhaven Group e Essex TD Ridley & Sons Limited. Algo legal de se saber é que a marca sempre procurou manter os rótulos tradicionais das marcas conquistadas.
Bem, já deu pra entender que a Greene King praticamente compra tudo que vê pela frente! E não foi diferente com a rede de restaurantes Loch Fyne, agregando mais 35 restaurantes de frutos do mar para a marca inglesa de cerveja. E, além disso, quem também entra pra conta são 60 sites de varejo de alta qualidade da Cloverleaf, RealPubs e da Capital Pub Company. Ufa!
Lembra que comentamos sobre a Old Speckled Hen? Pois bem, atualmente são vendidos 53 milhões de litros por ano (um barril desses lá em casa…). Tudo isso pra te contar que atualmente a Greene King é a principal cervejaria e varejista de pubs do país, com mais de 3.100 pubs, restaurantes e hotéis na Inglaterra, País de Gales e Escócia.
Ok, agora já sabemos tudo sobre a Greene King. Mas e quais cervejas que eles produzem que até agora não entendi?
A linha mais tradicional da marca tem alguns conhecidos nomes como: Double Hop Monster, Strong Suffolk, Yardbird e St. Edmund’s.
Além de clássicos da linha Old Speckled Hen, Old Golden Hen, Old Crafty Hen e Old Hoppy Hen. E da gigante Abbot Ale, para os amantes da Escola Inglesa, esse é um rótulo obrigatório.
Greene King IPA
Um mistério que cerca a cervejaria é seu rótulo Greene King IPA, considerado praticamente seu carro-chefe. Recebeu o prestigioso prêmio Gold Monde 2015 e tornou-se a cerveja oficial do críquete da Inglaterra.
Mas a consagrada India Pale Ale da marca é uma cerveja leve, refrescante e muito fácil de beber. Apresenta corpo médio, boa carbonatação e final levemente amargo, com aromas e sabores que remetem ao cítrico, floral e caramelo do malte e baixos 3,6% de ABV, na verdade, representa uma Ordinary Bitter.
Mas não vale a pena gastar tempo definindo de que estilo se trata essa cerveja, o que vale é poder experimentar essa receita infalível que conquistou os corações ingleses e do mundo inteiro.
Cheers!
